Foto: Vinicius Becker
O futuro da Estrada do Perau voltou a ser tema de debate em Santa Maria. Uma reunião realizada na tarde desta terça-feira (7) no Ministério Público da cidade reuniu autoridades municipais da cidade de Itaara, representantes da prefeitura de Santa Maria e do Poder Judiciário para tratar sobre os próximos passos da recuperação do trecho, que permanece interditado desde o deslizamento ocorrido em maio de 2024. A intenção da prefeitura de Santa Maria é liberar o tráfego ainda em 2025.
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O encontro teve como objetivo alinhar informações sobre os prejuízos causados principalmente aos moradores de Itaara e de Santa Maria, o andamento da licitação, já que mais uma empresa manifestou interesse em apresentar recurso, as etapas do processo de reconstrução e cronograma previsto para o início das obras. O vice-prefeito de Itaara, Zenir dos Santos, comentou que os comerciantes estão sendo prejudicados desde as enchentes de 2024.
- Os nossos empresários estão sendo afetados. Cerca de 90% do comércio foi afetado e nós dependemos da população de Itaara. Tudo tem sido muito prejudicado: hotéis, pousadas, cafés e isso tudo por conta da estrada estar bloqueada - comentou.

O processo prevê investimento de R$ 23 milhões e contempla a recuperação completa da via, com obras de contenção, drenagem e pavimentação. Segundo o governo federal, o projeto integra o pacote de reconstrução de infraestrutura afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, em especial na Região Central, onde a estrada é uma das principais ligações entre Santa Maria e Itaara. O promotor do Ministério Público Diego Corrêa acredita que todo o processo envolvendo a licitação deve estar chegando ao fim.
- Nesse momento, o mais positivo é dizermos que está andando o mais rápido possível. A prefeitura de Santa Maria tem feito um processo interessante de transparência conosco, então existem prazos a serem seguidos - explicou ele, sobre o diálogo com a prefeitura de Santa Maria.
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De acordo com o edital, nove empresas apresentaram propostas para execução do serviço. A prefeitura ainda avalia a documentação e as condições técnicas de cada concorrente antes de homologar o resultado. O processo licitatório deve seguir o rito tradicional, com fases de habilitação e análise de preços.
A Estrada do Perau é considerada uma via de grande importância regional, tanto para o deslocamento diário entre os municípios quanto para o escoamento da produção local. Desde as enchentes do ano passado, outro fator importante é o cuidado sobre as pedras do local.

- Eu acho que a situação é complicada, a saúde, a educação, todos os setores estão sendo muito afetados desde o ano passado e agora com estes deslizamentos. Então, há uma necessidade de uma análise sobre o risco geológico também - analisou o promotor.
Durante a reunião, foram discutidos pontos técnicos e ambientais da obra, além de medidas para garantir a segurança da população e a transparência do processo. A reconstrução prevê soluções de engenharia voltadas à estabilização de encostas e drenagem adequada, uma das causas principais dos deslizamentos registrados no local.
A prefeitura de Santa Maria, representada na reunião pelo procurador do município, Guilherme Cortez, falou sobre a agilização nos prazos e também possíveis prazos para início das obras.
- Estamos nas etapas finais da licitação e queremos, em breve, fazer a homologação e, logo mais, estar finalizando o processo, assinando o contrato para dar a ordem de início das obras. Nós estamos trabalhando no menor prazo possível, queremos que até o final do ano a gente tenha o trânsito fluindo - finalizou Cortez.

Com a expectativa de definição da empresa responsável até o final de outubro, a previsão é de que as obras tenham início ainda neste ano, dependendo das condições climáticas e da liberação orçamentária. A estimativa é que os trabalhos durem cerca de 10 meses, com a entrega da nova estrutura prevista para o segundo semestre de 2026. A intenção da prefeitura de Santa Maria é que a empresa vencedora possa, primeiro, remover pedras, vegetação e terra que possam oferecer risco de novo deslizamento. Após esse serviço, a ideia é liberar o tráfego na Estrada do Perau, mesmo de que forma provisória, enquanto a empresa faz as obras de contenção no morro.